terça-feira, 21 de julho de 2009

Quimio (Hermann de Oliveira)

Décadas se tornam minutos, quando a amizade existe e apreensões podem ser compartilhadas.
E assim foi reencontrar Hermann, um amigo querido e poder compartilhar meu esforço em separar a cabeça do corpo ou seja não permitir que esse transbordar de emoções, sustos , dores que estou vivendo agora com um familiar querido, me deixem doente.
Obrigada Hermann pelo poema:

Quimio

Separei do corpo a cabeça
Levitei pelo espaço de chumbo
Decantei minhas vestes no sangue
E esperei a manhã me chegar
Vi estrelas caindo ao redor
Pude ser uma delas no éter
Vi a lágrima presa ao suor
Consegui arrebatar o tempo
Meu sorriso voou, emudeceu
Minha pele retesou de ternura
Minhas cálidas mãos se abrasaram
Sobre o fogo que nunca se apaga
Quando o dia obscuro se foi
Pude ver o nada no espelho
E sobre os vagalhões da Armação
Fui mais uma batera a flutuar

Nenhum comentário:

Postar um comentário