domingo, 8 de novembro de 2009

Para a musa inspiradora MM que escreveu: Décadas se tornam minutos, quando a amizade existe (Hermann de Oliveira)

Basta um olhar,
um tato, um belisco leve,
o sorriso de brevidade lúdica,
e a brasa reacende...

Temos o poder de criar
rios de solidão,
oceanos de separação,
atmosferas de sofreguidão.

Mas podemos, sobretudo,
quando o amor incandesce,
desfrutar da eternidade
no minuto fortuito de um abraço.

Hermann (29.10.2009)

domingo, 27 de setembro de 2009

Esta vida é uma viagem (Paulo Leminski)

Esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem

Paulo Leminski - Seleção -Fred Góes e Alvaro Martins.
Ed. Global; p201-6a. ed.2002
http://pauloleminskipoemas.blogspot.com/

domingo, 20 de setembro de 2009

O exílio do Imaginário (Roland Barthes)


(A paixão amorosa é um delírio; mas o delírio não é estranho; todo mundo fala dele, ele fica então domesticado. O que é enigmático é a perda de delírio: se entra em quê?)

No luto real, é a "prova de realidade" que me mostra que o objeto amado não existe mais. No luto amoroso o. objeto não está nem morto, nem distante. Sou eu quem decido que a suaimagem deve morrer (e ele talvez nem saberá disso).
Durante todo o tempo de duração desse estranho luto, terei que suportar duas infelicidades contrarias: sofrer com a presença do outro (continuando a me ferir á sua revelia) e ficar triste com a sua morte (pelo menos tal como eu o amava).
Assim me angustio (velho hábito) por causa de um telefone que não toca, mas ao mesmo tempo devo me dizer que esse silêncio é de qualquer jeito inconsequente, porque decidi elaborar o luto dessa preocupação: é a imagem amorosa que deve me telefonar; desaparecida essa imagem, o telefone, toque ou não, retoma sua existência fútil.
(O ponto mais sensível desse luto não será que devo perder uma linguagem - a linguagem amorosa? Acabaram os "Eu te amo".)

Quanto mais eu fracasso no luto da imagem, mais fico angustiado; mas, quanto mais eu o consigo, mais me entristeço. Se o exílio do Imaginário é o caminho necessário para a "cura", convenhamos que o progresso é triste.
Essa tristeza não é uma melancolia - ou pelo menos é uma melancolia completa (de forma alguma clínica), pois não me acuso de nada e não fico prostrado.
Minha tristeza pertence a essa faixa de melancolia onde a perda do ser amado fica abstrata. Falta redobrada: não posso nem mesmo investir minha infelicidade, como no tempo em que eu sofria por estar apaixonado.
Nesse tempo, eu desejava, eu sonhava, eu lutava; diante de mim havia um bem, apenas retardado, atravessado por contratempos. Agora, não há mais repercussão; tudo está calmo e é pior. Embora justificado por uma economia — a imagem morre para que eu viva — o luto amoroso temsempre um resto: uma palavra volta sem parar: "Que pena!"

Prova de amor: te sacrifico meu Imaginário — como se dedicava o corte de uma cabeleira. Assim talvez (pelo menos é o que dizem) terei acesso ao "verdadeiro amor".
Se há alguma semelhança entre a crise amorosa e a cura analítica, elaboro então o luto de quem eu amo, como o paciente elabora o luto do seu analista: liquido minha transferência, e parece que, assim, a cura e a crise terminam.
Entretanto, como já foi dito, essa teoria esquece que o analista também deve elaborar o luto do seu paciente (sem o que a análise corre o risco de não terminar nunca); do mesmo modo, o ser amado — se eu lhe sacrifico um Imaginário que estava entretanto grudado nele -, o ser amado deve entrar na melancolia de sua própria decadência. É preciso prever e assumir essa melancolia do outro ao mesmo tempo do meu próprio luto, e sofro, pois ainda o amo.

O ato verdadeiro do luto não é sofrer a perda do objeto amado; é constatar um dia o aparecimento de uma manchinha na pele da relação, sintoma de morte certa: pela primeira vez faço mal a quem amo, sem querer é claro, mas sem me desesperar.

Tento me soltar do Imaginário amoroso: mas o Imaginário queima por baixo, como um fogo mal apagado; cria brasa novamente; ressurge aquilo a que se renunciou; um longo grito irrompe bruscamente do túmulo mal fechado.

Era como se eu quisesse abraçar pela última vez, até a loucura, alguém que fosse morrer — para quem eu fosse morrer: eu procedia a uma recusa de separação.


Texto parcial do Texto O exílio do Imaginário de Roland Barthes (Fragmentos de um Discurso Amoroso)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Funeral Blues (W.H.Audem)



Que parem os relógios, cale o telefone
jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais
que emudeça o piano e que o tambor sancione
a vinda do caixão com seu cortejo atrás.

Que os aviões,voando acima em alvoroço'
escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu.
Que as pombas guardem luto - um laço no pescoço
e os guardas usem finas luvas cor-de-breu

Era meu Norte, Sul, meu Leste e Oeste, enquanto
viveu, meus dias úteis, meu fim-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, fala,canto;
quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana.

É hora de apagar as estrelas - são molestas,
guardar a lua, desmontar o sol brilhante,
de despejar o mar, jogar fora as florestas,
pois nada mais há de dar certo doravante.
===============
Vale a pena ler o comentário no endereço abaixo

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fuga (MM)










É um ruído de vidros quebrados
Corações partidos
Garrafas vazias
Como o nada dentro de nós

A bebida rola ao chão
Sujo, frio e molhado
De lágrimas amargas

E o meu corpo rasteja
Sugando o álcool
Amargo como a dor
Éter do esquecimento a saudade

Ardendo minhas narinas
Queimando meu sangue
A vida chora e suplica


O álcool alucina
Minha mente vazia
Dentro de uma garrafa oca
Que rola e tomba ao chão
Numa mentira quebrada
Que arde os corações
Dos que pensam que vivem

domingo, 13 de setembro de 2009

Vidro Temperado (MM)


Com o forte impacto
Da perda
Eu quebrei
Embora eu tenha me tornado
Partículas de vidro
Ainda reflito luzes

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Bad Things (Jace Everett) True Blood



I wanna do bad things with you.
When you came in the air went out.
And every shadow filled up with doubt.
I don't know who you think you are,
But before the night is through,
I wanna do bad things with you.

I'm the kind to sit up in his room.
Heart sick an' eyes filled up with blue.
I don't know what you've done to me,
But I know this much is true:
I wanna do bad things with you.

When you came in the air went out.
And all those shadows there are filled up with doubt.
I don't know who you think you are,
But before the night is through,
I wanna do bad things with you.
I wanna do real bad things with you.

Ow, ooh.
I don't know what you've done to me,
But I know this much is true:
I wanna do bad things with you.
I wanna do real bad things with you

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Esses dias (MM)


Dói
Machuca
Dilacera
E eu não choro

Pesa
É difícil de carregar
Meus ombros
Curvam-se
Diante da minha
Ignorância aos fatos
Da minha impotência

Mergulho
Profundo
No mistério
Da tua ausência
Da vida
Da morte que ronda
Da dor

A incógnita
De não te fazer
Presente
Nos meus dias
Estéreis
Doloridos

Queria
O abrigo
Do abraço
Do teu

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

De repente (MM)


Perdida em sonhos
Busco uma realidade

As vezes sonho
Que sou gente de verdade

Boa Sorte / Good Luck (Vanessa da Mata & Ben Harper)













É só isso
Não tem mais jeito
Acabou,
Boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto não mudará
Tudo o que quer me dar
É demais, é pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas desleais

That's it
There is no way
It's over
Good luck
I have nothing left to say
It's only words
And what l feel
Won't change

(Refrão)
Tudo o que quer me dar (Everything you want to give me)
É demais (It too much)
É pesado (It's too heavy)
Não há paz (There's no peace)
Tudo o que quer de mim (All you want from me)
Irreais (Isn´t real)
Expectativas (Expectations)Desleais

Mesmo, se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa que o aconselha
Há um desencontro
Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais

Now even if you hold yourse
lfI want you to get cured
From this person
Who advises you
There is a disconnection
See through this point of view
There are so many special people in the world
So many special people in the world... in the worldAll you want all you want


Now we're falling (falling), falling (falling) into the night (into the night),Falling (falling), falling (falling) into the night (bom encontro é de dois),Now we're falling (falling), falling (falling) into the night (into the night),Falling (falling), falling (falling) into the night.

Querer (MM)


Eu queria não querer
Esse querer querido
Que insiste que eu queira
Em várias formas de quereres
E rouba meus quereres outros
Eu não queria querer tanto
Esse querer querido
Que eu continuo querendo
É isso!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Blues & Sousa

Vou botar minha cabeça
Em alguma linha solitária
Da estrada de ferro
Tomara que o trem das duas e dezenove
Acalme minha mente.
(Blues da Estrada de Ferro)

Largos Silêncios interpretativos.
(Cruz e Sousa, Silêncios)

Fonte: Paulo Leminski in Vida, Ed. Salina, 1990.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Quimio (Hermann de Oliveira)

Décadas se tornam minutos, quando a amizade existe e apreensões podem ser compartilhadas.
E assim foi reencontrar Hermann, um amigo querido e poder compartilhar meu esforço em separar a cabeça do corpo ou seja não permitir que esse transbordar de emoções, sustos , dores que estou vivendo agora com um familiar querido, me deixem doente.
Obrigada Hermann pelo poema:

Quimio

Separei do corpo a cabeça
Levitei pelo espaço de chumbo
Decantei minhas vestes no sangue
E esperei a manhã me chegar
Vi estrelas caindo ao redor
Pude ser uma delas no éter
Vi a lágrima presa ao suor
Consegui arrebatar o tempo
Meu sorriso voou, emudeceu
Minha pele retesou de ternura
Minhas cálidas mãos se abrasaram
Sobre o fogo que nunca se apaga
Quando o dia obscuro se foi
Pude ver o nada no espelho
E sobre os vagalhões da Armação
Fui mais uma batera a flutuar

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O amor é bicho instruído (Carlos Drummond de Andrade)

Amor é bicho instruído
Olha: o amor pulou o muro
O amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

http://kavorka.wordpress.com/2007/08/09/amor-bicho-instrudo/
http://cseabra.utopia.com.br/poesia/poesias/0020.html

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Medicina - Ciência e Arte (MM)


Um amigo, artista , um escultor que através da arte, mantém a madeira viva, pediu para falar sobre o meu trabalho...

Falar sobre meu trabalho sem anestesia é um desafio, mas se resultar em encantamento minha alma transbordará, haja vista a chamada arte da medicina, estar distante da arte na concepção da beleza e alegria.

Mas é possível falar da arte de realizá-la, sem perder a doçura (o que é não é uma tarefa fácil). Às vezes, a aparente frieza é apenas uma armadura para nos protegermos da dor, na tentativa de nos tornarmos imunes frente ao sofrimento do SER HUMANO INTEIRO.

No dia a dia o contato com a dor e o sofrimento pode nos levar a criar um padrão de vermos apenas a enfermidade, o que pode provocar ao final do dia tristeza e uma sensação de impotência, de algo inacabado.

Mas há também o lado dos valores, da aprendizagem e do crescimento interno, quando olhamos o paciente no seu contexto universal, mudamos nossos valores. Tudo isso produz em alguns de nós uma estranheza quando estamos com grupos de amigos que ainda não experienciaram a dor bem de perto, ou não se envolveram.

Certa vez um aluno (hoje um grande amigo, Kennedy) me presenteou com um quadro e uma bela carta onde ele relatava que muito tinha aprendido comigo sobre o ser humano que SENTE e não apenas a respeito da enfermidade.

Esses momentos da vida, tão grandiosos, que retornam como feedback, nos completam como seres humanos e são fundamentais para não nos desviarmos de nossa rota e vermos que ainda temos salvação frente a miséria do mundo.

Gosto muito do que faço, mas surpreenda-se: tornei-me uma médica e professora MELHOR quando iniciei uma pesquisa junto aos professores das ciências exatas. A medicina muitas vezes se move em caixinhas engessadas dentro do que se chama diagnóstico correto, patognomônico entre outros.

Quando iniciei nesta pesquisa reaprendi o conceito “N”, e minha visão se ampliou...
Então reaprendi a importância do todo e da verdadeira arte da medicina: somam-se os sintomas e sinais clínicos (e quando necessário bioquímicos e de imagem etc e tal) + história familiar + o que a pessoa sente interna e externamente + o que eu sinto + evidências científicas e dai temos a probabilidade diagnóstica, aonde (o paciente com toda sua história familiar, ascendência + seus anseios + seu meio + seus medos + sua família e eu) vamos a busca de aliviar O SENTIR do paciente.

Afinal, não acredito que o médico, sozinho, com sua competência técnica e tecnológica possua o domínio total da cura e retomada da saúde. Ele pode sim evitar a morte em dado momento, porque a saúde, a cura no sentido amplo é algo bem superior a postergar a morte, cicatrizar uma ferida ou eliminar a dor.

A cura, a recuperação da saúde quem realiza é o médico em parceria com seu paciente + sua família + seus amigos + seu ambiente, tendo como suporte afeto, envolvimento, competência, evidências e meios.

Ser médico é se colocar no lugar do paciente, encantá-lo para beleza da vida e ajudá-lo a realizar o tratamento para então se obter a cura do corpo e da alma= SAÚDE.

O nome desse processo é ADESÃO AO TRATAMENTO!

ADESÃO AO TRATAMENTO (envolvimento + amor + resposta positiva) é a palavra-chave do ENCANTAMENTO E CURA = SAÚDE.

Acredito que todas as pessoas que cruzam nosso caminho nos ensinam e vice-versa. Os pacientes, os alunos, os médicos, os amigos têm me ensinado e reavivado a importância de gestos de atenção, pela forma com que se envolvem no seu trabalho somado a seriedade e atenção que dispensam as pessoas que compartilham de sua terapêutica e ensino/aprendizagem.

É isso: amar é a capacidade de ver o outro em mil dimensões, que é como somos construidos.

Afinal somos circulares, o mundo é circular, o projeto da vida é circular, para nos movermos, mudarmos, sermos flexíveis e criativos.

Tenho uma profunda admiração ao artista Escher e uso suas criações em minhas aulas para mostrar o raciocínio clínico. A flexibilidade, a afetividade, a ausência de preconceitos, a fé, o otimismo, e a atuação baseada nas probabilidades são ferramentas importantes para impedir que rotulemos as pessoas sob nossos cuidados e passamos a tratar dessas pessoas como um projeto único da natureza, com respostas individuais.

A vida é muito mais bela se olhada em “N” dimensões.

Gosto de despertar no aluno e em mim mesma as perguntas. Sempre gostei muito mais das perguntas do que das respostas, porque as perguntas são menos perecíveis que as respostas que normalmente se encerram em um ponto final...já as perguntas?

Isso porque elas se renovam frente às respostas, as mudanças que ocorrem ao nosso redor, a forma como olhamos à medida que amadurecemos interna e externamente.

A impermanência cria novas perguntas. E a beleza está ai: as respostas mudam, mudam, em função das perguntas. Ainda bem!

Perco a noção do tempo quando se trata de falar sobre o que amo. Há um trabalho recente, cosntruido junto ao grupo que trabalho, ainda em refinamento, onde usamos a modelagem matemática (teorema de bayes e lógica fuzzy) , para expressar raciocínio médico sobre fatores de risco para as doenças crônicas com o objetivo de dar um suporte ao raciocínio médico ao mesmo tempo que ser um facilitador no processo de ensino/aprendizagem.

Se você,que está lendo esse meu relato, quiser olhar:
http://lea.inf.ufsc.br/horus/

E ainda: se você tiver interesse nas criações de Escher
http://www.mcescher.com/

Um forte abraço
MM

sábado, 27 de junho de 2009

Ternura (MM)

É esse teu jeito doce de envolver
Ternura viva nascendo em meu coração,
A cada batida... a cada nota
Um toque, um olhar, um gesto cheio de paz.

Flutuo em nuvens de algodão doce,
Embriago-me de carinho e afeto
Na felicidade de viver em teu mundo

Essa trilha sonora eterna.

Viver é sentir, é a percepção do sabor agridoce...
Diferenças que revelam o amor em terceira dimensão,
Numa viagem explosiva e transformadora
Multiplicada em múltiplos outros sabores e dimensões...

É viajar em um tapete voador,

Levitar sobre teus poros,
Mergulhar no teu olhar,
E sentir a intensidade do amor
Injetado direto na veia...

Viver vale a pena...
Quando, ainda que por instantes,
Possa se sentir tua ternura,
Paz e aconchego.
Ah! Nada se compara ao amor ...
Essa nutrição parenteral central ,
O amor direto na veia
Que poucos mortais podem provar!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Existo ( MM )

Meu coração bate,
Sinto o ar preencher meus pulmões,
Ainda que com dificuldade...
Na boca sinto um gosto amargo
De um fim vazio...
Um aperto forte no peito
Diz que eu sei o que é dor...

Eu estou viva! Há sinais!

Meu cérebro pensa rápido,
Como meu coração bate rápido
Nesses momentos de angustia e ansiedade
De um não sei bem o que.

Já faz um tempo que você se foi...
Mas as marcas, o cheiro e as imagens estão vivas
Ou retornam em outros rostos, vinculados a você...
Afinal o mundo não é pequeno, é circular!

Nada estanca essa hemorragia de sentimentos
Que juntos vivemos
Não há como apagar
Tamanha a bondade deles

Giro pelo círculo incompleto
Da vida que vive em mim
E vejo a minha vida, tão vida, intensa
Visceralmente intensa
Não há como domar os sentimentos profundos
E nem por que...

E o circulo da vida continua
Em sua impermanência ele pode se completar...
A qualquer momento.
Não sei quando será
Mas acontecerá
No último ponto final
Com marcas muito mais fortes agora

Aprendi
Que não importa muito a dimensão do círculo
Nem sequer a união dos pontos
Para a construção das linhas...
O que importa afinal
É cada ponto vivido com total intensidade,
O que importa são os momentos vividos
Conscientemente, sem medos...
O que importa
É sentir a intensidade dos atos
E não temer pelo assinalamento voluntário
Do ponto seguinte...
O que importa é o amor
E com você eu degustei o amor...doce ópio
É isso aí...eu existo.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

You Learn ( Alanis Morissette)



Você Aprende

Eu recomendo a qualquer um ter seu coração pisoteado
Eu recomendo andar nú pela sua sala de visitas
Engula essa pilulazinha mais difícil de engolir
Dá uma sensação tão boa
Nadando em seu estômago
Espere a poeira baixar

Você vive, você aprende
Você ama, você aprende
Você chora, você aprende
Você perde, você aprende
Você sangra, você aprende
Você berra, você aprende

Eu recomendo a qualquer um tentar abraçar o mundo
Eu recomendo mesmo
Eu recomendo dizer besteiras sem pensar a qualquer hora "Jogue isso fora "
A precaução não te deixa sentir o vento
Leve isso
Até os raios
Espere e verá quando a fumaça se dissipar
Gaste isso
Do jeito que uma criança de três anos faria
Derreta isso
Um dia você terá de fazer isso de qualquer jeito
Os caminhões de bombeiros estão surgindo na chuva

Você lamenta, você aprende
Você engasga, você aprende
Você ri, você aprende
Você escolhe, você aprende
Você reza, você aprende
Você pergunta, você aprende
Você vive, você aprende.

sábado, 20 de junho de 2009

Stand (R.E.M.)

Situe-se
Se imagine no lugar onde você vive
Agora encare o norte
Pense na direção
Se pergunte por que não o fez antes
Agora se imagine no lugar onde trabalha
Agora encare o oeste
Pense no lugar onde você vive
Se pergunte por que não o fez antes
---
Se você está confuso, verifique o sol
Carregue uma bússola para te orientar
Seus pés estão indo para o chão
Sua cabeça está lá para te mover
---
Seus pés estão indo para o chão
Sua cabeça está lá para te mover
Se os desejos fossem árvores,
Elas estariam caindo
Escute a razão
O tempo chama
---
Se os desejos fossem árvores,
Elas estariam caindo
Escute a razão
O tempo chama
Seus pés estão indo para o chão
Sua cabeça está lá para te mover
---
Situe-se (situe-se)
Agora encare o norte
Pense na direção, se pergunte por que não o fez antes
Agora situe-se (situe-se)
Agora encare o Oeste
Pense no lugar onde você vive
Se pergunte por que não
---
Se imagine no lugar em que você está(agora olhe o norte)
Se imagine no lugar em que você está(agora olhe o oeste)
Seus pés estão indo para o chão(Se imagine no lugar em que você está)
Sua cabeça está lá para te mover,
Então se situe

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Canto Mágico (MM)


Todos os dias acordo com a sensação de que estou no lugar certo. Sabe, encaixe perfeito, sob medida?

Diariamente me surpreendo, admiro cada centímetro cúbico do lugar onde vivo.

Meu olhar descobre novos ângulos e quando não meus olhos, acontece através do olhar de outra pessoa, o que torna ainda melhor.

Quando alguém lhe mostra uma música, ou uma tela. Sabe? Adquire endereço!


Amo o lugar onde vivo. Comparo a um jardim japonês... Diferente de se olhar cada dia, mas essencialmente um jardim eternizado.

Diariamente, dependendo da forma como você olha, você cria uma referência. Ou , as vezes, um amigo faz isso, deixando pontos de luz, cheiros, um livro em um canto qualquer, objetos cheios de histórias e energias... Dai você se localiza, tem norte, referência, memória, história, sem mudar a essência.

Gosto disso. Amo o lugar onde moro: o macro e o micro ambiente (cidade/apartamento) /e principalmente amo com paixão , o recheio: meus amigos e minha família.

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Amor (MM)



 Em um ritmo eu passo
Um passo à frente
E me desfaço
Para você
Que é tanto
Para mim

E nesse ritmo
Passo a passo
Na frente estou

E me distancio
Dia após dia
Do que antes...
Chamava amor

Do outro lado estou
Me refaço

E você volta de forma inusitada
Em outros olhares, outras pessoas
E o amor transborda, se transforma

E passo a passo
Sou o que sou
Me olho ...cara a cara
Não estou em você
Mas o amor não acabou...
Porque há duas certezas:
Um dia vou morrer e amo você
MM







Carrego seu coração. (E.E. Cummings)

Carrego seu coração comigo
Eu o carrego no meu coração
Nunca estou sem ele
Onde eu for você vai, meu querido
E o que quer que faça
Eu faço por você, meu querido

Não temo o destino
Você é meu destino
Meu doce
Não quero o mundo, pois,
Você é meu mundo, minha verdade

Eis o grande segredo que ninguém sabe
Aqui está a raiz da raiz
O broto do broto
E o céu do céu
De uma árvore chamada VIDA

Que cresce mais que a alma pode esperar
Ou a mente pode esconder

E é esse o prodígio

Que mantém as estrelas á distância

CARREGO SEU CORAÇÃO COMIGO
EU O CARREGO NO MEU CORAÇÃO
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Poema de E.E. Cummings recitado por Camerón Diaz, no filme "Em Seu Lugar"
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vale a pena conferir o poema que foi cantado por Zeca Baleiro
nalgum lugar( tradução: Augusto de Campos )