terça-feira, 15 de setembro de 2009

Funeral Blues (W.H.Audem)



Que parem os relógios, cale o telefone
jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais
que emudeça o piano e que o tambor sancione
a vinda do caixão com seu cortejo atrás.

Que os aviões,voando acima em alvoroço'
escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu.
Que as pombas guardem luto - um laço no pescoço
e os guardas usem finas luvas cor-de-breu

Era meu Norte, Sul, meu Leste e Oeste, enquanto
viveu, meus dias úteis, meu fim-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, fala,canto;
quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana.

É hora de apagar as estrelas - são molestas,
guardar a lua, desmontar o sol brilhante,
de despejar o mar, jogar fora as florestas,
pois nada mais há de dar certo doravante.
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